Pinturas a óleo são ricas em cores, profundidade e luminosidade. Ensaios neste sentido existem desde os primórdios da história quando o homem pintava em cavernas usando carvão, terra e raízes misturados a gordura animal.
Popularizou-se na Europa em meados do século XV.
Nesta forma de arte usamos pigmentos em pó misturados à substratos gordurosos como óleo de linhaça e ou de nozes. A tinta a óleo quando este oxida em contato com o ar forma uma camada estável que conserva suas propriedades de cor e brilho por centenas de anos.
Com tintas a óleo podemos fazer camadas finas, semitransparente, ou espessas como um impasto, geralmente usando espátulas ou pincéis de cerdas firmes.
Tipos de Pinturas
Várias camadas finas semi-transparentes constituem Velatura ou Veladura (glazing) acrescentando cor e valor as camadas anteriores. Este é um método muito apreciado pelos pintores clássicos.
Velaturas podem e devem modificar levemente as características de camadas inferiores.
Quando a pintura é feita de forma direta, sem camadas adicionais, finalizando a obra em menor tempo temos a pintura Alla Prima. Ocasionalmente podem receber velaturas para correção ou enriquecimento.
Materiais
- Tela de algodão ou linho, preparada para receber a pintura com mistura de acrílico e gesso. Pode estar esticada e presa num chassis ou caixilho de madeira. A tela em metro pode ser fixada numa base de compensado, com fita crepe até finalização e secagem. Após poderá ou não ser emoldurada.
- Tintas nas cores primárias. Geralmente com tubos de branco, amarelo, vermelho, azul, preto e cor de terra é possível obter uma grande variedade de cores.
- Pincéis em tamanhos diferentes e basicamente de cerdas firmes que arrastam melhor as tintas oleosas. Trabalhos com tintas a base de água pedem pincéis macios.
- Paleta em formica e espátula para mistura de tintas.
- Óleo de linhaça, aguarrás, terebentina ou querosene são usados para diluir as tintas e limpeza de pinceis. Existem no comércio secantes e misturas diluentes (mediums) prontas para uso.
- Frascos de metal ou vidro para conter pequenas porções das mídias diluentes ou de limpeza.
- Cavalete de madeira ou alumínio
Estabelecendo a Composição
Procure um tema que seja fácil de reproduzir, talvez um quadro famoso, ou uma foto bonita. Desenhe num papel . Estude variações da imagem e procure alternativas de cores interpretando de acordo com suas sensações.
Pintura é arte subjetiva. Pode ser uma reprodução exata e primorosa ou uma reinterpretação do que se vê na realidade.
Desenhe com lápis em papel. Passe o esboço para a tela antes ou depois da imprimatura.
Underpainting ou Imprimatura
Estes conceitos variam assim como o nome. Pode-se chamar de queimar a tela.
O efeito é colorir, quebrar o branco e estabelecer uma base para a pintura.
Alguns pintores defendem que antes de esboçar o tema na tela é necessário passar uma camada leve de tinta misturada apenas com diluente em toda extensão ( toned ground, tonal ground).
Pode ser na cor predominante do tema, em azul ultramarine, siena , vermelho alizarim, cinza, ou mesmo betume dissolvido em solvente, para dar um ar envelhecido.
As imprimaturas monocromáticas são comumente utilizadas nas pinturas com tintas acrílicas. No caso do óleo a imprimatura pode usar mais de uma cor, para esboçar os pontos de luz e sombra do motivo.
Camadas de Cor
As primeiras camadas, se for da sua preferência, não necessitam traços definidos. A pintura é solta, leve, de contornos suaves.
A tinta é misturada em proporção maior de diluente do que óleo. Estas são chamadas camadas "magras" e secam mais rápido.
A medida que o trabalho recebe mais camadas de tinta os traços se definem. E a tinta recebe mais óleo que diluente. As camadas finais são "gordas".
Pinceladas são mais espessas e acentuadas nos pontos de luz.
Esta é a regra da "camada gorda sobre a magra", pois se usarmos ao contrário as camadas magras secarão rapidamente sobre as gordas se tornando quebradiças.
Tintas a óleo são versáteis. Quando a camada está molhada pode ser retirada com pano embebido em diluente. Depois de seca pode receber nova pintura se necessário. Pintar nova camada sobre uma que não está seca pode borrar o trabalho ou resultar num aspecto enlameado.
Glazing e Scumbling
Veladuras vítreas ou esfumaçado correspondem a estes conceitos.
Na veladura vítrea uma camada semi-transparente e mais escura é colocada para definir e vivificar a cor da underlayer (camada inferior) seca. A tinta deve ser misturada com óleo e diluente para ser delicada. depois de alisada com um pincel em leque (Fan) deve-se esperar secagem antes de receber nova camada. Velaturas pedem pinceis de pelos finos e macios.
Pode-se modificar um efeito usando tinta opaca em camada muito fina para criar um esfumaçado,
A técnica de esfumar, esbater ou velar ( scumbling) é o oposto da veladura ou vitrificado, cujo objetivo é iluminar ou ressaltar a cor embaixo.
Escumar significa aplicar uma fina camada semi-opaca sobre uma seca. Qualquer cor misturada com branco e aplicada finamente sobre uma camada mais escura vai suavizar e arrefecer esta camada. A técnica se presta para suavizar texturas, pintar a pele, fundos borrados ou um céu distante. Também usa pincéis macios e finos.
Finalização
Depois de terminado um trabalho deverá estar seco em aproximadamente 1 a 2 meses. Algumas pinturas levam de 6 meses a 1 ano para secar. Uma vez seca poderá receber uma camada de verniz (Damar, Cristal) protetor que irá realçar as cores e proteger a imagem das agressões externas como umidade e poeira. O verniz cristal após uns 10 anos pode ser removido e renovado.
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